Em sessão legislativa de segunda-feira, 12, a convite da Presidência da Câmara Municipal, esteve participando o Gerente da Agência Local da Sanepar, Sommer George Neto, o qual esclareceu alguns pontos relativos ao abastecimento de água e coleta de esgotos efetuada pela companhia em nossa cidade, bem como o plano de investimentos futuros. O convite foi feito pelo Presidente Canderoi Mainardes Filho, atendendo a diversas reivindicações encaminhadas por Vereadores e moradores da cidade, os quais queixam-se da situação vivida no setor de abastecimento de água e captação de esgotos, o qual apresenta constantes panes e deficiências, provocando verdadeiro caos entre moradores de regiões mais altas. Segundo o gerente explicou aos legisladores, há constante falta de água em residências da chamada “parte alta da cidade”, a qual compreende regiões do Habitar Brasil, Vila Esperança, Jardim Maringá, Vila das Flores e Iguaçu, que geram inúmeras queixas dos munícipes. A situação é motivo de um novo planejamento para investimento futuro por parte da Sanepar, em obras que devem equilibrar a situação. Sommer observa que alguns pontos chamam a atenção para essa constante escassez do abastecimento. Um deles, é a falta de reservação domiciliar das casas situadas nessas regiões. Pesquisa feita por amostragem em dez por cento das economias domiciliares, indica que 67% delas não possui qualquer sistema de reserva, ou caixa d’água. Dessa forma, qualquer pane no sistema ou elevação do consumo, faz com que muitas pessoas fiquem sem qualquer fornecimento por um ou dois dias. Isso se verifica com maior frequência nos dias de calor intenso e entre sexta-feira e sábado, onde a maioria das pessoas permanece por mais tempo no lar e efetua serviços de limpeza e lavagens de roupa. Tomando-se por base a média de consumo de uma casa em nossa cidade, de doze metros cúbicos, ou doze mil litros/mês, equivalente a 300 ou 400 litros/dia, se o morador investisse num reservatório de 500 litros, que é considerado pequeno, com uso racionado, teria água por até dois dias, o que equilibraria a situação. Outro fator que antecipou o estrangulamento do sistema de abastecimento foi o grande aumento de residências construídas nos últimos anos no quadro urbano. “Para se ter ideia, quando eu atuava aqui, pela Sanepar, há sete anos, tínhamos em torno de cinco mil ligações. Hoje já são mais de oito mil, o que comprometeu o abastecimento”, explicou o gerente. A reservação atual do sistema da Sanepar envolve dois reservatórios, um elevado de 150 mil litros e outro enterrado de 300 mil litros, totalizando 450 mil litros. Agora, a companhia está fazendo o projeto de sondagem de terreno, seguido da licitação para contratação da empreiteira, para construção de um novo reservatório para um milhão de litros, apenas para abastecer a parte alta da cidade. O mesmo deve ser implantado na Rua Domingos Luis de Oliveira, próximo do Colégio Nosso Futuro, num terreno adquirido pela companhia. “Hoje, a parte alta da cidade é abastecida por bombas que jogam entre 1300 a 1400 metros cúbicos, com o sistema trabalhando até 22 horas por dia para suprir todo o consumo, e mesmo assim há escassez”, justificou Sommer. O representante da Sanepar informou aos vereadores que está prevista ainda uma ampliação completa do sistema de captação e de tratamento de água. Outro convênio firmado com o Município de Prudentópolis, prevê a ampliação da rede coletora de esgotamentos sanitários em mais seis mil metros, atendendo várias regiões, além de uma ampliação da estação de tratamento de esgotos. Há de se registrar que a questão foi motivo da criação de uma Comissão Especial Mista, composta por membros da Prefeitura e Câmara Municipal, que levantou todo o sistema existente, indicando os problemas e deficiências, o qual foi encaminhado à Direção da Sanepar, Ministério Público, Prefeitura Municipal, IAP e Casa Civil. Porém, poucas ações foram implementadas até agora, persistindo o problema e gerando muitas críticas da população.