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IRMANDADE DOS COSSACOS RECEBE DECLARAÇÃO DA CÂMARA
 
19/04/2017
Fonte: assessoria
Nas cerimônias da Semana Ucraniana, a Irmandade conduz os pavilhões
Crédito:

Foi votado pela Câmara Municipal de Prudentópolis, Projeto de Lei, o qual declara como de Utilidade Pública Municipal a Irmandade dos Cossacos de Prudentópolis, matéria de autoria conjunta dos Vereadores Anderson Alexandre Lemos (PV), e Luciano Marcos Antonio (PSDB). Através da declaração, a entidade poderá manter convênios e termos de cooperação com entidades públicas locais, o que pode se traduzir em resultados importantes para as diversas tarefas a serem realizadas junto a esse segmento local, levando a cultura e a tradição da etnia ucraniana, marcante em nosso meio, projetando o município como a terra da imigração ucraniana no Brasil. A irmandade reúne atualmente 163 componentes, os quais cultuam a tradição de manter a vigília do Santo Sudário durante as programações religiosas nas comemorações pascais, na Paróquia de São Josafat, tornando a celebração um verdadeiro ato de vivência da história religiosa ucraniana, quando os guerreiros formados de povos nativos das estepes das regiões do Sudeste da Europa, principalmente da Ucrânia e Sul da Rússia, lutaram para fazer jus à palavra Kosak, origem de seu nome em turco, que significa homem livre. Assim, a irmandade prudentopolitana mantém viva essa origem e tradição, a qual se projeta no cenário regional e estadual, justificando a declaração. Segundo destacou o Vereador Anderson, a data comemorativa envolve a sexta-feira santa e sábado de aleluia, onde os cossacos fazem suas apresentações junto do Centro Social São Josafat, com um acampamento típico montado no local, com equipes de vigília se revezando junto ao Santo Sudário. Inclusive, há tramitação de matéria para inclusão da data no calendário estadual de eventos do Paraná.

 

HISTÓRICO DA IRMANDADE

Em meados do ano de 1954, um pequeno grupo estava na ocasião fazendo uma de suas apresentações de danças típicas ucranianas na sede do então salão paroquial, a qual se denominava de “katchaniulka”(hoje escolinha Paroquial Nossa Senhora do Patrocínio). Tudo era muito difícil, até porque, na época, era usado um aparelho toca discos de “78 rotações”, o qual, na medida do desenvolver da dança, com o balançar do assoalho do salão, que era em madeira, a agulha do toca discos pulava, interferindo na música e na apresentação. As roupas eram copiadas de modelos de trajes que vinham de Curitiba, através do professor sr.Sabatovski. Mas, com esforço e dedicação, nascia então o que hoje se chama “Grupo Vesselka”.

Em uma das apresentações, estava presente na plateia, o sr. Vassyl kostachuk, imigrante ucraniano que fugiu do regime comunista, trazendo consigo apenas uma mala de roupas. Fugiu do cativeiro se utilizando como rota de fuga a rede de tubos de esgotos. Deixou tudo para trás, inclusive sua família, que ficou na Ucrânia. Relatos dizem que nunca mais ele teve notícias da mesma. Essa situação, no decorrer de sua vivência em Prudentópolis, o deixou imensamente amargurado e nunca ninguém observou um sorriso sequer em seus lábios, até o dia de sua morte.

O sr. Vassyl resolveu naquela época montar um grupo de “guarda” na sexta-feira santa, junto a “Plastianetchia” ou  “Santo Sudário”. Foram convidadas pessoas da comunidade, principalmente do grupo da congregação mariana e do grupo de danças. Surgia então “a Vigília de Sexta Feira Santa”. Os componentes dessa vigília passaram a ser conhecidos como os “guardas”.  As roupas já estavam disponíveis, enquanto as espadas eram de madeira. Mais tarde, um dos integrantes do grupo, o sr. Antonio Michalouski, se utilizando de lâminas de serra fita de serraria confeccionou novas espadas,  juntamente com suas bainhas, que eram soldadas e pintadas na cor preta e a ponta de prata. Faltava a capa do comandante. Então, buscou-se fazer a mesma em um tecido vermelho e longo, a qual depois de pronta, causava arrepios aos que observavam sua vultuosidade.

Ninguém tinha botas para calçar. Então, o sr. Michalouski foi até o açougue Opuchkevitch e pediu emprestado alguns pares. Limpas e engraxadas as mesmas ficaram para o uso dos componentes do grupo. Tudo pronto e todos preparados, na Semana Santa de 1955, surgiu a primeira vigília, as quais aconteciam com intervalos de 15 minutos cada. Tudo isso foi muito difícil, pois eram poucos integrantes e a noite ficava longa, porém valeu a pena. Na época, até mesmo  o Padre Efraim krevey, que era o vigário,  ficou orgulhoso do trabalho idealizado. O grupo de “guardas” prosseguiu com seu trabalho durante os demais anos, passando mais tarde, sob a responsabilidade da Congregação Mariana e também do Grupo Vesselka. Grande parte também pelo empenho e dedicação do  sr. Rafael Molovski.

No ano de 2008 buscou-se reformular todo o grupo. Foram confeccionados novos e exclusivos trajes, já que os anteriores eram emprestados do Grupo Vesselka; lanças novas; capas para os comandantes; porém, faltava um dos objetos mais importantes para um cossaco, seu sabre (espada). Durante uma turnê do Grupo Vesselka pela Ucrânia, foi adquirida uma peça original como modelo e, em seguida, através de contatos com uma empresa no Rio Grande do Sul, foram confeccionadas outras peças, complementando os trajes dos demais integrantes. O grupo é organizado em dez divisões, cada uma  composta por 12 membros e um comandante. Uma destas divisões, com 18 componentes e um comandante, tem a obrigação de abrir a vigília na Sexta Feira Santa. Assim surgiu a “Irmandade dos Cossados de Prudentópolis”, constituída obedecendo a legislação vigente, com a diretoria eleita por votos de seus membros, com estatuto e demais documentos devidamente registrados, tornando-se a pioneira deste gênero no Brasil.

Na páscoa de 2008 começa uma nova jornada, onde se buscou através de fatos históricos, o objetivo principal em se manter as tradições dos extraordinários cossacos, que foram guerreiros que defendiam sua nação de invasões de bárbaros, os quais buscavam no precioso e rico território da ucrânia, riquezas e escravos. A Irmandade dos Cossacos de Prudentópolis tem como objetivo principal a Vigília do Santo Sudário durante a Páscoa. Neste evento é obrigatória a participação de todos os membros participantes. Para ser um integrante da irmandade, durante o juramento, o novo membro se compromete estar presente durante a comemoração da Páscoa em Prudentópolis, para realizar seu ato de fé.  Para ser um cossaco basta apenas “crer em Cristo e ter coragem” e, nunca abandonar ou sair do grupo, símbolo da lealdade que representa pelo valor que um cossaco tinha em lutar até o fim, muitas vezes até a morte, sabendo que se caísse diante de um inimigo ou bárbaro invasor, se tornaria um escravo, o que nunca e jamais ocorreu com um cossaco.

Durante os dias que antecede o domingo de Páscoa é construído um forte assim chamado de “Citchie”. Estilizado conforme a réplica das origens, o forte representa o local onde se reuniam os cossacos para se preparar para as suas expedições e ações militares. Neste local, os cossacos da irmandade se concentram para o ato religioso da Sexta Feira Santa.  No sábado, em  vigília constante  ao Santo Sudário, o ato se finaliza após a Missa da Ressureição,  com uma comemoração própria  com danças, cantos, cavalaria cossaca e outros atrativos. A irmandade sobrevive principalmente através de doações de seus próprios componentes, sendo os valores investidos em seus aparatos, como trajes e equipamentos.

 

 
 Galeria de Fotos
Nas cerimnias da Semana Ucraniana, a Irmandade conduz os pavilhes Integrantes da Irmandade na recepo de eventos culturais na Cmara Municipal Irmandade reunida durante evento religioso
 
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