Audiência Pública convocada pelos Vereadores com participação de autoridades ligadas a vários segmentos da comunidade local, envolvendo segurança, comércio, administração pública e comunidade, foi realizada na segunda-feira, 13, às 18h30min, no Plenário da Câmara Municipal de Prudentópolis e serviu para discutir um problema que está se verificando ultimamente em nossa cidade e que vem gerando preocupações. Diversos casos de assaltos e pequenos furtos estão sendo registrados diariamente em muitos pontos da cidade, alguns inclusive com indícios de violência e com vítimas sendo imobilizadas em suas próprias casas. Participaram da audiência o Juiz de Direito da Vara Criminal, Dr. José Augusto Guterrez; o Promotor de Justiça Dr. Rafael de Sampaio Cavichiolli, da 1ª. Promotoria da Comarca de Prudentópolis; o Delegado de Polícia Civil, Osmar de Albuquerque Júnior; o Capitão da 4ª. Companhia da Polícia Militar de Prudentópolis, Clever Anaczewski; o Presidente do Conselho de Segurança, Orivaldo dos Santos; o Procurador Geral do Município de Prudentópolis, Eli Correa Fernandes; além dos vereadores. Várias lideranças comunitárias e cidadãos acompanharam a reunião. Ao abrir o evento, o Presidente Júlio Makuch destacou a importância da participação dos representantes do setor e da comunidade interessada, em discutir um assunto que vem preocupando a todos, pelos inúmeros fatos registrados nos últimos tempos, e que precisam de ação conjunta para controle efetivo. A audiência, segundo Makuch, surgiu de inúmeras reclamações de denúncias de comerciantes e cidadãos, sobre a onda crescente de furtos e roubos em estabelecimentos comerciais e residências. O problema maior, segundo a queixa das vítimas, é que por diversas vezes solicitaram policiamento ao local e não houve atendimento da ocorrência, sob a alegação de que não havia viaturas disponíveis e policiais.  Justamente para esclarecer a questão e se cobrar melhor atendimento à comunidade, além de se levantar a situação existente na estrutura dos órgãos de segurança de nossa cidade, é que  a audiência se pautou. Alguns comerciantes alegam que já sofreram assaltos e solicitaram apoio policial, mas houve grande demora e em certos casos o policiamento não se fez presente. Em alguns casos, houve registro de violência, com ameaça de arma de fogo contra a vítima. Inúmeros arrombamentos aos comércios já aconteceram, com prejuízos significativos.  

O Capitão Clever, comandante da 4ª. Companhia, apresentou um relatório amplo de todas as ocorrências registradas pelo policiamento ao longo de 2013 e 2014, além do primeiro semestre de 2015, onde aponta que houve redução das ocorrências, comparando-se os  períodos. Ao longo de 2013, tivemos 1633 ocorrências registradas pela PM, de diversas naturezas, tendo como destaque furtos, arrombamentos e roubos. Em 2014 foram 1406 registros. Fazendo um comparativo, neste primeiro semestre de 2015, houve 599 registros. Com relação a natureza dos delitos, 140 casos são de furto simples e 50 ocorrências de roubos. Por sua vez, o Delegado Osmar Albuquerque Júnior comentou que inúmeros casos foram desvendados e os marginais sendo identificados e presos. Atualmente a delegacia está com 40 detentos, número inferior a períodos anteriores, quando tivemos mais de 57 detentos, o que é superior à capacidade da cadeia. Mas o trabalho está sendo feito a contento e muitas prisões acontecem após o período investigativo, quando quadrilhas são desmanteladas.

O Promotor de Justiça, Dr. Rafael de Sampaio Cavichiolli salientou que assumiu a promotoria em 29 de junho próximo passado e que ainda está levantando toda a situação da comunidade local. Um dos pontos que já se informou é com relação ao número de presos na detenção local, que soma a 40, dos quais 22 condenados provisoriamente, enquanto 17 são presos ainda sem condenação. Dr. Rafael enalteceu a importância do encontro, avaliando que a comunidade precisa se envolver junto aos poderes constituídos e discutir a situação, para também participar das decisões e cobrar providências. Por sua vez, o Dr. José Augusto Guterrez, Juiz da Vara Criminal discorreu sobre o trabalho efetuado na condução de processos envolvendo réus em sua esfera. “Todo processo tem um trâmite legal e precisa ser cumprido, haja vista que nossa legislação assim o determina. São vários casos de condenação de réus por casos de furtos, roubos e outros tipos de casos semelhantes”, comentou. Também se manifestaram representantes das demais entidades, os quais destacaram a questão da criminalidade como uma forma geral, que preocupa e gera certo receio dentre vários segmentos locais. Cidadãos presentes também tiveram oportunidade de fazer perguntas e comentários, geralmente enfocando casos registrados de assaltos, violência, furtos, abusos com som alto e consumo de bebidas, infrações de trânsito, dentre outros fatos.

O Presidente Makuch observou que encontros desta natureza são fundamentais para se discutir abertamente os problemas existentes, com todos os setores envolvidos. O Poder Legislativo tem como função prioritária levantar os problemas vividos pela comunidade e dar encaminhamento correto, como é o caso dessa audiência pública, onde todos puderam ouvir e  se manifestar. “O vereador é quem está mais próximo e em contato direto com o cidadão, ouvindo suas queixas e reivindicações. A partir daí, tem de buscar soluções ou encaminhamento dos fatos, e isso aconteceu nesta audiência pública, onde muitas questões da segurança puderam ser esclarecidas devidamente”, comentou Júlio.